INFLUENZA, NECESSIDADE DE REFLEXÃO

Seria surpreendente, caso fosse possível, tratar aqui, nessas poucas linhas, das diretrizes políticas e econômicas adotadas por cada um dos países após o estouro da última crise econômica mundial. Mas, diferentemente do tamanho da crise, o espaço aqui é pouco, e por isso parte desse texto será dedicado a questões diretamente relacionadas à forma com que alguns órgãos e a sociedade estão encarando determinadas questões provenientes do vírus influenza A (H1N1), popularmente conhecido como gripe suína.

Então, vamos lá. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a pandemia de gripe de 2009 - inicialmente designada como gripe suína e em abril de 2009 como gripe A - é um surto global de uma variante de gripe suína cujos primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de março de 2009 e começou a se espalhar por vários países. Com isso, tornou-se comum entre os povos chamar a doença de gripe suína, sendo que os especialistas preferem denominá-la de influenza A (H1N1).

Em decorrência disso, aqui no Brasil, nasceu uma grande controvérsia sobre as ações e postura do Ministério da Saúde e da grande maioria dos veículos de comunicação no trato do assunto. Tudo porque, em meados do mês de abril, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, divulgou nota informando que o Brasil havia intensificado o monitoramento nos aeroportos para evitar a entrada de pessoas infectadas pelo vírus da gripe suína, nos vôos procedentes do México e dos Estados Unidos.

Foi a partir dessa nota que a situação se complicou. Haja vista que enquanto parte da imprensa e da população viu na nota uma excessiva precaução, uma outra, também composta por integrantes do chamado quinto poder e por uma outra parte do povo brasileiro, ficou surpreendentemente preocupada com a possibilidade de possíveis consequências mais graves.

Agora, passados três meses do primeiro pronunciamento do Temporão, a polêmica permanece, só que com traços diferentes, pois os números oficiais indicam a existência de centenas de brasileiros contaminados, alguns óbitos e a indicação de que o vírus H1N1 já circula livremente pelas bandas tupiniquins.

A cada dia que passa a polêmica cresce, mas mantém seu contorno inicial. Principalmente porque a grande maioria dos “nossos” jornais, revistas e redes de TV´s continuam apenas divulgando as ações, linha e números apresentados pelo Ministério da Saúde brasileiro, sem nenhuma demonstração de aprovação, repúdio, contestação ou crítica à tal postura. Desta forma, cresce ainda mais as insatisfações dos que condenam a passividade evasiva dos considerados “formadores de opinião”.

Assim sendo - por falta de informações mais concretas e abrangentes, além de orientações práticas e objetivas -, é que o povo brasileiro de uma forma geral, não está conseguindo debater o assunto com a calma e a profundidade que ele aparentemente requer e necessita. Apenas a “sociedade virtual”, composta em sua grande maioria por “blogueiros”, é que desde o início provoca a chama do debate que mantém acesa a luz da necessária reflexão sobre tão importante assunto.

Em decorrência dos inúmeros e diários posicionamentos via internet, mesmo sendo alguns a favor e outros contra, sobre a postura e métodos do governo brasileiro e dos famosos veículos de comunicação, é que a “sociedade virtual” vem conseguindo tirar suas conclusões sobre como o povo deve se relacionar, conviver e se precaver dos possíveis males oriundos do H1N1.

Enquanto isso acontece na virtualidade, os concretos jornais e TV´s continuam apenas divulgando frios números, sem nenhuma possibilidade de uma reflexão mais profunda ou formação de opinião que auxilie a grande massa de brasileiros na escolha da conduta correta frente a pandemia ou epidemia, seja lá a denominação que queiram dar, causada pela gripe suína. Resultado: parte da sociedade brasileira não está nem aí para a questão e outra vem apresentando perplexidade e medo.

Tendo como base todos esses fatos e hábitos, é impossível alguém se furtar das seguintes interrogações: será tudo isso uma questão cultural, excesso de precaução ou falta de responsabilidade?



CONFIRA NO VÍDEO, O BÁSICO PARA PREVENÇÃO










28 comentários:

WILSON JASON FREITAS disse...

Entendo que a prática dos "grandes" veículos de comunicação em apenas divulgar números, vem em decorrência da falta de responsabilidade oxigenada pela cultra capitalista.

Coutinho Silva disse...

A reflexão da sociedade não vai afastar os riscos do vírus. A OMS é que tem que dar um jeito para que a vacina chegue antes de mais óbitos.

Carla Francine disse...

Estou cansada de só ler estatísticas. Os números são importantes, mas também apavorantes. Eu sou uma que estou assustada com essa falta de conteúdo dos jornais diários. Que venha a vacina!!!

Anônimo disse...

Pior é que vcs estão com a razão... A falta de responsabilidade é geral... O governo e alguns veículos de comunicação querem que a sociedade se exploda...

fernandia disse...

OMS e imprensa não podem fazer mais nada do que já fazem.

Beatriz Cárcere disse...

Ainda não havia pensado a coisa sobre essa ótica. Mas vcs estão certos. Isso é falta de responsabilidade.

Patrícia disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Caro Edilson, elogiando o seu comentário, que deixou no meu humilde espaço, salientando o verdadeiro problema, venho dizer que em Portugal, não funciona de maneira diferente do Brasil, povo irmão e que muito estimo. É de facto preciso reflectir.

Abraços do Beezz

Cláudia Canno disse...

Essa situação da gripe suína realmente está muito estranha. Como o capitalismo impera no mundo, tudo é possível. Reflexão é sempre bom, independete do assinto. Belo texto,

Izabela Freitas Kovhanrk disse...

Muito pertinente. Realmente a situação requer a reflexão da sociedade

C@rmen Vid@all disse...

Na minha opinião o Ministro da Saúde esta mordendo e soprando; em uma hora ele diz q estão morrendo tantos e em outra que estão preparados para conter o avanço da gripe. Nessa falta de imformação a população está que nem cego em tiroteio ao sinal de um espirro invadem os hospitais q com atendimentos precários não conseguem dar atendimento e informações concretas, indignada com essa situação gostei muito da matéria e, todos os meio de comunicação deveriam prestar esse serviço a população q não tem acesso à imformação online.

F. Casanova disse...

Esse morde e assopra dito no comentário da C@armem é tão preocupante quanto a própria gripe suína. A gripe está geral em todo o Brasil nesses dias de temperatura baixa. Fato que aumenta a preocupação, pois ninguém sabe se está com o vírus que assopra (gripe normal de todos os anos) ou com o vírus que morde (gripe suína - H1N1).

carmen disse...

Esse morde e assopra Casanova é em relação a irreponsabilidade que esta sendo tratado um contágio que esta se alastrando em velocidade alarmante. E o governo fica adiando imformações necessárias de prevenção informando que tudo esta sob controle, vc acha que está??????

F. Casanova disse...

Blogueira Carmem,o meu comentário não tem sentido diferente do seu. Eu só usei exemplos diferentes, comparando o assoprar (gripe normal), com o morder (gripe suína), pois as informações que nos chegam são totalmentes insuficientes para de cara sabermos diferenciar o virús que "assopra" do vírus que "morde". Assim como vc, eu acho que o Ministério da Saúde e a imprensa estão vacilando geral. Só os que viajam nesse mundo louco dos blog´s é que conseguem perceber algo podre nesse processo pertubador. Tanto eu como vc (e muitos outros) conseguimos entender e fazer a reflexão que o artigo desse blog possibilita. Saudações a vc e ao blog emcomunicacao. Acredito que os nosso comentários contribuem para a reflexão de outros internautas.

Beth Cruvinel disse...

Tudo isso é muito preocupante e pode ser só o começo.

Marquinhos do PT disse...

O fato mais lamentável é que o H1N1 já está contaminando pessoas que não viajaram ao exterior, nem tampouco tiveram contato com quem viajou. Circulando livremente ele poderá causar uma verdadeira catástrofe na saúde mundial.

Marquinho disse...

Parabéns pela iniciativa!
O controle de entrada de pessoas no país ponto fundamental para evitar a pandemia realmente era utopico pois não ocorre apenas nos aeroportos, na verdade é de pequeno trânsito comparada as inumeras entradas terrestres deste país. Por exemplo na ponte da amizade que liga o Brasil ao Paraguai o trânsito de pessoas chega a 10.000 por dia, como controlar?

Anônimo disse...

No brasil nao ha uma politica de saude seria, nao saneamento em muitos lugares, nao ha medicos remedio nem leitos suficientes para os que necessitam, num pais que a casos de febre amarela e tuberculose, agredito nao ha politica de saude, quem dira seria,e se tratando de gripe suina ou o nome que queira dar e uma virose com tantas outras que vemos por ai, quem nunca foi ao medico e foi diaginosticada de virose, so que essa e importada e tem nome, acho que a culpa tambem e nossa por que nos colocamos quem tem que cuidar da nossa saude la, acho que a populaçao tem que contar com Deus por que uma mulher em trabalho de parto e o medico escreve o onibus que ela tem que tomar para chegar em outro hospital e brincadeira, existe politica de saude no Brasil ??

Joanna W. Marcolino disse...

Entrei nesse blog sem querer. Estava no google procurando temas sobre TPM e digitei errado (digitei EPM). Rolando os vários sites, acabei entrando no epmcomunica. Como sou estudante de jornalismo aqui em Pernambuco, fui clicando para conhecer a empresa. Já estava satisfeita pelo que li. Mas derrepente, mais que derrepente, cliquei em comunicando e encontrei esse blog (BLOG DA EPM). Surpresa e feliz fiquei ao ler o artigo "Influenza, necessidade de reflexão". Com ele tive o desejo de postar algo sobre o assunto. Bom também foi ler alguns depoimentos, pois constatei que não sou apenas eu a revoltada com as políticas públicas do governo brasileiro, principalmente as da saúde. Realmente o artigo nos leva a reflexão sobre essa situação toda. Apesar dele ser direto sobre a relação do Ministério da Saúde e da iprensa, mas pode também servir para nos fazer pensar sobre outros aspectos políticos-sociais. Além de permitir que as pessoas, de um odo geral,consigam enxergar que a imprensa e o governo contagia a população, talvéz de forma até mais arrasadora do que a própria gripe suína. Pelo que se sabe, a Influenza A (H1N1) pode matar rapidamente. Enquanto parte da impensa em parceria com as políticas públicas, matam a população devargarzinho, e de raiva. A epm comunicação está de parabéns por proporcionar em seu blog a possibilidade de relefão.
Aproveito para afirmar que concordo também com tudo que está no comentário antes de meu. Pena que a pessoa não registou o nome. Mas, ANÔNIMO, assim como eu e vc várias outras pessoas têm a mesma linha dos nossos pensamento. Valeu galera, espero retornar aqui para comentar novos assuntos. Me desculpem pelo longo texto, mas ele saiu direto. Até breve.
EM TEPO: A coisa aqui foi tão legal que esqueci até que estou de TPM.

Monikinha disse...

Olha Edilson... Responsabilidade é uma palavra que não existe no dicionário da OMS muito menos na dos políticos brasileiros, então o que podemos esperar dessas pessoas?
Você vê e ouve nos meios de comunicação um número de pessoas que estão ou já morreram por causa dessa doença,mas o número de pessoas com a doença ou que já morreram por causa dela pode ser bem maior.Conhecendo o funcionamento de postos e hospitais públicos como nóis brasileiros conhecemos,para não precisar cuidar dos pacientes no próprio hospital, mandam para casa.Você também não acha que essa doença já pode ter chegado ao Brasil muito antes do dia em que eles anunciaram?

Welington Seixas Saveiro disse...

Não vejo a imprensa tão amarrada assim. Ela vem apresentando relevantes informações sobre a gripe suína.

Anônimo disse...

Uma vez ouvi um comentário sobre a atenção dispensada a jogadores de futebol e a cientistas. O comentário dizia que se a atenção dada a estes fosse dada a aqueles, nosso país seria bem diferente. Acho que é bem por aí. A imprensa e o governo estão fazendo pouco ao meu ver. Fazer mais, significa mais tempo gasto com este assunto. Consequentemente menos tempo com outros. Prioridade, o que é mais " importante" vem primeiro. É o caminho nosso do aprendizado. É isso.

Anônimo disse...

Pensar em prioridades e não considerar a saúde como sendo a principal delas é no mínimo uma ação preocupante.
Sem saúde não temos nada, nem a possibilidade de aprendizado.

Anônimo disse...

Amigo, a massa blogueira não se importa com nada além de aumentar o número de visitas para o seu próprio blog. O governo/OMS não podem fazer muita merda para segurar a doença, o problema é o HYPE que a mídia ta fazendo nisso. To com mais medo do meu cu que não para de jorrar merda mole do que essa gripe de merda.

Anônimo disse...

Vergonhoso é viver em um país hipócrita, onde as informações são pessimamente expostas e muita das vezes encobertas, pois se for realmente explicitado o que está acontecendo no Brasil por causa desta gripe, perderemos muito no turismo e nas exportações e em outros pontos específicos também.

Acontece que, como toda crise, tem sempre um lucro implicito. Já pararam para pensar no lucro que as empresas de máscaras estão tendo?
Realmente vivemos em um mundo em que as pessoas pensam somente em ter lucro para si, não se preocupam com ninguém, apenas em ganhar mais dinheiro. Infelizmente, isso não acontece só no Brasil não, somos vítimas do egoísmo dos mais fortes.
A OMS? O que ela pode fazer?
Nada. Pois se doscobrem a cura dessa "gripe H1N1", será PRODUZIDA mais uma nova doença para aterrorizar mais ainda a população mundial.

Meu caro, espero ter contribuido um pouco com esse blog e ter demonstrado minha revolta e indignação com que acontece atualmente.

Mauricio Beltran disse...

A soma de suas interrogações, mais os fatos científicos e históricos, que devem ser levados à questão.
Se você verificar os posts anteriores deste blog (e são muitos), verá que coloco muitos dados históricos e científicos, que demonstram claramente as particularidades deste H1N1 atual e do H1N1 de 1918 e a grande preocupação não é nesta primeira onda, mas numa possível segunda onda pandêmica de grande letalidade.
Para quem se interessa e tem algum conhecimento técnico-científico, além do domínio do inglês, sugiro a leitura de comentários na página da Recombinomics em: http://www.recombinomics.com/whats_new.html

Mauricio Beltran disse...

Gostei muto do que você postou. È algo nessa linha que esperávamos que a mídia veiculasse, mas não foi o que aconteceu. Os veículos de informações agem como “chapa branca”, usando como deculpas que é para não causar pânico na população.
Culturalmente somos uma sociedade paternalista, esperamos que o gverno tome conta de nós, mesmo sabendo que o governo faz isso muito mal. A sociedade joga a responsabilidade para o estado e livra-se dela. Por outro lado, os políticos agem paternalísticamente, pois desse modo sonegam informações à população e tomam as decisões por ela, sem ouví-la. Nossa população é mal informada e grande parte não aprendeu a pensar criticamente, por isso oscilam do medo quase em pânico, ao descaso parecendo irresponsabilidade.
Acho que é cultural, falta de informações, falta de pensamento crítico, que leva do excesso de precaução até a a falta de responsabilidade.
Mas, como o Maurício tem postado neste blog, o fato do vírus ser novo é real, a velocidade com que se espalhou também é real, a possibilidade de uma mutação ou recombinação, é real mesmo que probabilisticamente seja pequena,assim como uma segunda onda.
Aqui nunca li, alguém postar querendo assustar a população ou gerar pânico. Queremos ter acesso a informações e discutir racionalmente quais os melhores caminhos. Podemos não ser especialista, mas hoje na era da internet, quem tem interesse e inteligência normal, consegue ter uma boa noção dos assuntos que pesquisa.

Fernando Bastos "merreca" disse...

Debate de grande valia; acho de verdade que o jornal impresso; corre risco, e isso não simplesmente pq a papulação vai migrar para a mídia digital, e sim pq os próprios jornais, estão desqualificando o seu pessoal e principalmente o seu conteudo; jornalistas do impresso são muito mal remunerados em comparação aos de Tv e até mídia eletronica em geral; Sinto falta de coisas que acresentem a papulação no impresso; diariamente somos obrigados a ver capas reepletas de violencia, sangue e futebol; faltam materias de teor mais apurado, mas profundo; foi citado no video a diferença entre tv e impresso e acho que deve ser por ai; a noticia dada pela tv na noite anterior deve ser aprofundada no impresso, por último vale lembrar que a qualidade do seu produto,, nesse caso o jornal, influencia diretamente no seu anunciante; que poderia pagar mais de espaço de sua mídia; ja na mídia digital; vc abre uma pagina e vem um pop ja te obrigando a ver a mídia que vc nem se interessaria em ver; vale resaltar que o grande problema do impresso hj; não é a tecnologia e sim o próprio impresso.

Fernando Bastos(reporter cinematográfico e dir. de fotografia tv)