Vale-Cultura. O que você pensa a respeito?

Foi aprovado no dia 2 de dezembro, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), o Projeto de Lei Complementar 221/09, que cria o Vale-Cultura. A proposta do Executivo prevê a destinação de R$ 50 mensais (através de cartão magnético) aos trabalhadores, tanto da iniciativa privada, quanto do serviço público, desde que recebam até cinco salários-mínimos por mês. As empresas poderão deduzir do imposto de renda o valor destinado ao programa e os trabalhadores deverão ter descontado de seus salários até 10% do valor do vale, ou seja, R$ 5. Antes de entrar em vigor, porém, a proposta segue ainda para votação em plenário para depois então ser sancionada pelo Presidente Lula.

Mesmo antes de ser aprovada, a “política governamental para o consumo cultural”, como é citada a proposta no site do Ministério da Cultura, já gera polêmica. Tudo porque, além de possibilitar a aquisição de ingressos de cinema, teatro, museu, shows, livros, jornais, CDS e DVDS – o que é louvável, pois demonstra preocupação em melhorar a qualidade de vida do cidadão através da evolução do pensamento – também poderá possibilitar a compra de revistas e isso engloba todos os gêneros, dos gibis às pornográficas. Nada contra quem compra revista de gente pelada, desde que seja com seu próprio dinheiro e não com o dinheiro público, que é meu, seu, nosso.

O que questiono é o seguinte: o correto não seria utilizar esse montante diretamente na educação básica da população, o que lhe permitiria a formação de um senso crítico capaz de discernir a cultura útil da inútil? Não seria papel do governo, através de programas educativos e culturais, disseminar a cultura, no Brasil tão rica e peculiar, e assim oferecer oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal, ao invés de simplesmente dar, sem orientar? Como aquela história de dar o peixe ao invés de ensinar a pescar, velha conhecida do atual governo... Alguém sente cheiro de faceta eleitoreira no ar?

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Governo, sociedade e setor privado discutem a democratização da informação na primeira Conferência Nacional do setor

Está programada para acontecer entre os dias 14 e 17 de dezembro, em Brasília, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O tema principal a ser discutido é “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital” e os trabalhos serão conduzidos por uma Comissão Organizadora, composta por órgãos do poder público e algumas instituições da sociedade civil, como universidades, entidades do movimento social, organizações do setor privado e mídia pública. O objetivo principal da Confecom é estabelecer mecanismos democráticos de formulação, monitoramento e acompanhamento das políticas públicas para o setor da comunicação, demanda especialmente levantada após a Lei que regulava o setor (Lei de Imprensa), ser derrubada, em abril deste ano, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Dentre as propostas do governo para regular o setor de comunicações estão o fortalecimento dos veículos estatais e públicos, a criação de mecanismos de fiscalização para a concessão de rádios e TVs privadas e o incentivo à imprensa regional. O governo defende também um marco legal no direito de resposta e indenização a pessoas que foram “prejudicadas por profissionais e empresas de mídia”.

Como deveria fazer todos os meios de informação, analisaremos os dois lados da moeda. A atitude do governo em querer regular o setor não pode ser ignorada, haja vista que, a exemplo do que se propõe a fazer, como criar mecanismos de verificação de audiência e circulação para rádios e jornais de pequeno porte, além do aporte de insumos básicos para os pequenos jornais, estará contribuindo positivamente para a sobrevivência e competitividade entre os diversos meios de disseminação da informação existentes, além de fomentar a transparência na administração pública. Mas, outrossim, se a informação é um bem público, não devendo, portanto, estar atrelada a interesses particulares (incluindo estatais), não estaria o próprio governo, ao querer regular o setor, privatizando a informação de acordo com seus interesses e retornando à era da censura?

O jeito é aguardar o resultado dos debates, que trará um novo marco regulador para o setor de comunicações e torcer para que interesses particulares não se sobreponham aos direitos de toda uma sociedade.


Educação pressupõe não só acesso ao saber, mas igualmente, respeito ao próximo

É inadmissível pensar que casos como o da estudante de turismo da Universidade de São Bernardo do Campo (SP) Geisy Arruda, de 20 anos, ainda proliferam em um país cujo culto ao corpo, o funk, o carnaval, as mulatas, as praias, o clima tropical, o sexo e os gays possuem destacada aparição mundo a fora. Não dá para acreditar que, passadas todas as revoluções comportamentais voltemos a uma época onde os pudores, às vergonhas e à hipocrisia um dia existiram, sem leis ou castigos para puní-las.

A atitude da Uniban em transformar a vítima em ré, chegando a decretar a expulsão da aluna ofendida por colegas nas dependências acadêmicas, só por usar uma minissaia, é algo preocupante para a nossa sociedade. Afinal, o que estão ensinando aos nossos jovens?

Não cabe aqui discutir - como muito se tem feito - a vida íntima e/ou profissional de Geisy. Nem muito menos especular se tudo isso não passou de uma “promoção” individual cujo único objetivo é estampar a capa de uma revista masculina para aumentar a conta bancária e a fama da moça. A gravidade do assunto está muito além das discussões acerca das roupas e do comportamento da estudante. Trata-se de aprender a respeitar as diferenças e ao próximo.

Faz parte da nossa cultura que mulheres usem minissaias, salto alto, vestidos e maquiagens, e os homens camisetas e bermudas para irem à faculdade, bancos, shoppings, bares, boates e etc. sem serem denominados disso ou aquilo. Ainda não existe nenhuma lei que os proíbam. E se tratando do Brasil, nem poderia existir, por motivos anteriormente citados.

Quanto à tolerância, o preconceito e a má educação, cerne do nosso desenvolvimento cultural, devem sim, haver leis mais severas para combali-las. Ninguém pode ser xingado ou discriminado pelas roupas que veste. No caso de Geisy, uma advertência verbal por parte da universidade seria suficiente para que a problema não tomasse à proporção que tomou. Cabe citar que a medida “educativa” só veio após a interferência do MEC, que originou na suspensão da expulsão de Geisy e no cancelamento da punição dos evolvidos.

A explícita manifestação de preconceito na universidade é preocupante sinal de que algo vai mal na instituição onde, o espaço para o debate de ideias sobrepõe-se um embate ditado pela intolerância da moral, da estética, do pudor e da religião. É preciso acabar com a hipocrisia. Temos que ensinar aos nossos jovens que atitudes como essas podem levar a sérias conseqüências. Hoje foi com a Geisy, amanhã pode ser com qualquer outra, já que os lares, as faculdades e as ruas brasileiras estão povoadas de minissaias e seus ferrenhos perseguidores, guardiões da velha moral e dos bons costumes.

Esperamos que, com esse lamentável episódio, tanto a instituição de ensino, quanto os estudantes incitadores, tirem a seguinte lição: educação não pressupõe apenas o acesso ao saber, mas igualmente o respeito ao próximo.





O lugar da leitura na era da internet

Desde crianças somos estimulados, através dos nossos pais e da escola, a criar o hábito da leitura, essencial para a habilidade da escrita. Apesar de muitas escolas primárias já incluírem na rotina escolar aulas de computação, inclusive com noções de busca na internet, as bibliotecas de livros ainda existem e a cultura da leitura também. Algumas instituições adotaram projetos voltados a esse incentivo, com iniciativas como troca de livros e sessões de leitura.

Entretanto, no Brasil, a situação ainda é bastante precária. E de fato, os números indicam que o brasileiro lê pouco. Trata-se de uma questão cultural, portanto mais difícil de ser modificada, principalmente nos adultos. Por isso as políticas de incentivo à leitura na infância são tão importantes, pois os hábitos ainda estão em formação e as crianças ávidas por conhecimento, histórias, fantasias e aventuras. Todavia, os livros continuam caros e restritos à pequena parcela da população que consome conhecimento.

As discussões sobre a importância do hábito da leitura sempre estiveram em pauta. Desde que a televisão foi inventada os críticos alertam que a mídia eletrônica destruiria esse hábito. Atualmente, entretanto, as especulações sobre os novos costumes estão mais calorosas, especialmente por conta das infinitas possibilidades de leitura rápida, interativa, confortável e econômica, possibilitada pela internet através dos blogs, twiters, facebooks, MySpace, e-books e por aí vai. São novas maneiras de leitura que estão transformando o modo como nos relacionamos com os livros e até mesmo o entendimento do que significa ler.

Para os mais velhos, aderir às novas tecnologias pode demorar. Alguns simplesmente ignoram os fatos se recusando a aceitar a mudança e abandonar o companheiro livro. Mas as crianças e os jovens, nascidos na era das frases sem pontuação e palavras abreviadas, ler um livro pode significar coisa da idade da pedra.

Sim, talvez seja mais enriquecedor ler cinco sites, um artigo de opinião e um blog sobre o mesmo assunto do que ler um pesado livro de 200 páginas. Mas o desenvolvimento intelectual e pessoal e o prazer da leitura de uma boa obra não devem ser dispensados, pois ensinam a selecionar o que vale ou não a pena ser lido na infinita biblioteca da internet.

Conheça o Kindle, o leitor de livros que tem revolucionado a leitura, e é capaz de ameaçar a existência do papel

Se o livro, a internet e todos os outros meios de comunicação já foram capazes de abalarem as estruturas de disseminação de informação e representarem uma extraordinária mudança no comportamento da comunicação humana, um novo dispositivo tem alterado ainda mais a vida de todas as pessoas, sobretudo nos hábitos da leitura.
O Kindle, um tipo de leitor eletrônico que começa a ser finalmente vendido a partir dessa semana no Brasil, a um preço aproximado de R$1mil, vem conquistando um espaço cada vez maior pelo mundo - o aparelho já é a maior sensação nos Estados Unidos e na Europa. E seu fascínio não se resume só a uma simples novidade tecnológica: o dispositivo que possui o tamanho médio de um livro, mecanismos de busca e espaço para anotações, é capaz de armazenar mais de 200 obras (entre livros, revistas e jornais) que podem ser baixados ou não, via internet, através de uma rede sem fio (3G) disponibilizada pelo próprio aparelho.

Não é à toa, que a nova sensação do momento tem causado uma grande transformação no mercado editorial. O Kindle, vendido pela Amazon - maior livraria do mundo - para mais de cem países, tem como aliada, uma parceria com editoras e escritores que passaram a disponibilizar livros para download a preços muito mais acessíveis. Seguindo a mesma linha, jornais e revistas também estão disponibilizando seus conteúdos através do aparelho.

Seria o fim do papel? Há quem aposte que o leitor eletrônico que possui uma facilidade de uso e um grande conforto de tela, surja como um forte potencial para quebrar a relação que estabelecemos com o papel desde 1439 - quando Gutenberg inventou a prensa – e seja capaz de ameaçar o meio de comunicação mais antigo, desde a invenção da escrita: o livro. Basta recorrermos à antiguidade, nos tempos de Grécia e Roma, para lembrarmos como o surgimento do livro afetou toda uma cultura, hábitos e a economia de uma nação, e fazermos um paralelo com a popularização de seu possível sucessor (o Kindle).
Ainda não dá para afirmar, ao certo, o que vai acontecer com o Kindle, mas não é impossível concluir que essa transformação vai mudar, e muito, a forma com que nos relacionamos com os livros, jornais e revistas.Também não é difícil pensar no impacto dessas mudanças no mercado editorial e desde já refletir sobre o que será do futuro do papel no planeta. Contudo, não há duvidas de que o impacto dessa nova ‘tecnologia’ provocará alterações culturais, antes imagináveis.

Abaixo, tudo o que você precisa saber sobre esse novo aparelho:

Qual é o tamanho do Kindle?
Existem dois modelos de Kindle. O tradicional (Kindle 2) tem as dimensões de um livro (20,3cm) e pesa 290g. O modelo mais recente é um pouco maior, mas não estará disponível no Brasil por enquanto.

Como funciona?
É parecido com uma das lousas magnéticas de crianças. Possui botões que permitem virar as páginas e dispositivos de buscas por palavras-chave. Nele é possível também selecionar trechos para destacar e/ou fazer anotações no pé da página.

Qual é o grande benefício do Kindle?
Além de armazenar mais de 200 livros, ser de fácil manuseio, e ter uma tecnologia de tinta eletrônica (que dá a sensação de estar lendo diretamente no papel, o que permite uma leitura confortável, pois não emite luz própria), ele consome muito pouca energia. Quando carregada, sua bateria dura mais de 48 horas.

Como eu faço para comprar um?
A versão internacional do Kindle está à venda exclusivamente no site da Amazon (amazon.com) e pode ser comprada apenas com cartão de crédito internacional.

Qual o preço?
O aparelho custa US$279, que somando à taxa de entrega (US$20,98) e ao imposto de importação (US$ 285,34), pode chegar até US$ 585,32, o que equivale a cerca de R$ 1 mil.

Quando ele chega a minha casa?
A entrega dos primeiros pedidos, segundo a Amazon, será feita entre os dias 21 e 27 de outubro.

Como eu faço para comprar livros-eletrônicos?
Você pode comprar de duas formas: ou pelo computador, através do site da Amazon, ou diretamente pelo aparelho, se ele estiver na área de cobertura 3G ou GPRS.

Com que operadora o Kindle funciona?
A empresa ainda não divulgou qual operadora de celular vai fornecer conexão para o Kindle no Brasil. O processo ainda está em negociação.

Eu só posso ler livros, revistas e jornais comprados na loja da Amazon?
Não. O Kindle lê diversos formatos de livros digitais, inclusive arquivos de Word e PDFs. O dispositivo também reproduz música e audiobooks.


Você já sorriu hoje?


Na correria do dia a dia muitas vezes nos esquecemos de gestos simples, fáceis de serem realizados, porém difíceis de serem vistos, como sorrir, oferecer sinceros desejos de boa tarde, obrigada, com licença e por aí vai. Estamos tão ocupados conosco, com nossas responsabilidades e nossos compromissos, que nos fechamos como ostras, tornando-nos pessoas hostis e individualistas. O medo da violência agrava ainda mais esse ostracismo, pois nos faz andar acuados, assustados com nossa própria sombra.

Nesse contexto, valores e pequenos atos como a solidariedade, o respeito ao próximo e a generosidade andam meio esquecidos. O que se vê nas ruas e nos estabelecimentos comerciais são pessoas cabisbaixas, mal-humoradas e insatisfeitas, algumas até mesmo reclamando da vida. Às vezes até podemos nos deparar com indivíduos que parecem felizes sem nenhum motivo. Eles falam e cantam sozinhos e desses pensamos: “... olha lá que maluco, falando e sorrindo sozinho”! A felicidade virou uma estranha nos dias atuais e talvez por isso os horários dos psicólogos estejam todos preenchidos por gente que não consegue ser feliz.

Diversas pesquisas já demonstraram que o sorriso pode amenizar as dores, reduzir o estresse e curar doenças, como o câncer. Uma delas sugeriu que o sorriso de um bebê à mãe causa a mesma sensação de prazer obtida com o uso de drogas. Outras comprovam: sorrir rejuvenesce, estimula o cérebro e ainda queima calorias. Na esfera profissional, o sorriso pode abrir portas, pois algumas empresas o encaram como habilidade na hora da contratação. Entre o candidato competente, de “cara fechada” e que lida mal com as pessoas e o outro que possui menos experiência, mas um tremendo bom humor, a empresa fica com o segundo. A justificativa é que o primeiro pode contagiar a todos com o seu mau humor e acabar não obtendo os resultados desejados. Faz sentido.

No Brasil, algumas organizações, como por exemplo, a “Doutores do Riso” têm conseguido resultados extraordinários, visitando hospitais e levando alegria aos pacientes e aos funcionários. E sabe como? Apenas sorrindo, de acordo com o ensinamento do poeta Mario Quintana: “O sorriso enriquece os recebedores, sem empobrecer os doadores”. E você, já sorriu para alguém hoje?

Rio 2016

Nada de crise em Honduras, nem eleições presidenciais. As atenções, camufladas de grandes expectativas, se voltam para a próxima sexta-feira, 2 de outubro, dia em que o Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, a capital da Dinamarca, revelará qual das quatro cidades - Rio de Janeiro, Chicago, Madri e Tóquio -, será a escolhida para sediar os 31° Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de verão, em 2016. E dependendo do resultado, o assunto se estenderá ainda por muito tempo.

Por aqui, o clima tem sido de otimismo. E não é para menos. Pela primeira vez, o Brasil desponta como uma das favoritas a realizar os jogos - nas disputas anteriores (2004 e 2012), a candidatura do Rio não passou da primeira fase. Entre os pontos favoráveis à candidatura da cidade maravilhosa estão a realização dos jogos PAN Americanos, que aconteceu na cidade em 2007, o fato de que a América do Sul nunca sediou uma olimpíada, e a boa imagem do país no exterior.

Também pesam a favor do Rio o fato de ter sido considerado, pelo comitê olímpico, uma cidade de “muita alta qualidade pela riqueza de detalhes”. Cabe citar ainda que o Rio foi elogiado por ser a única cidade a discriminar orçamento para obras de infraestrutura, e o Brasil foi escolhido como sede para a Copa do mundo de 2014.

Fora a grande simpatia pela cidade, o Rio precisa ainda se empenhar muito para sediar um evento desse porte. Como comprovado nas disputas do PAN, a cidade ainda não possui uma rede hoteleira suficiente, as distâncias entre os locais de competição é maior do que nas cidades rivais e a violência, famosa no mundo inteiro, é preocupante.

Mas nem por isso o clima de festa é ameno. O otimismo é tanto que a prefeitura e o governo decretaram ponto facultativo no dia em que o COI anunciará o resultado, e convocaram a população a vibrar, de verde e amarelo, em diversos pontos da cidade, sendo o maior deles a praia de Copacabana.

Sabemos como é importante envolver a população, não somente da cidade candidata, mas de todo o país nessa expectativa (coisa que o esporte faz como poucos). Também acompanhamos, durante três anos, o duro trabalho de todos os envolvidos nessa candidatura. Por assim ser, sabemos que há muito mais para se preocupar do que para festejar, principalmente no que cabe à esfera pública. Esperamos que, com a vitória ou não do Rio para sediar os Jogos, a educação, a violência e a miséria, recebam mais atenção de nossas autoridades. E que, mesmo em momentos de festas e empolgação, essas continuem sendo a base principal de seus trabalhos.

Não é de bom grado retirar crianças da escola em plena sexta-feira e atraí-las para a praia para festejar um resultado ainda desconhecido. Muitos menos se essas crianças forem as mesmas que tiveram suas aulas prejudicadas pela gripe suína, no início do segundo semestre. Também não é de bom tom que o evento seja realizado numa cidade controlada por traficantes que colocam em risco a vida de milhares de pessoas diariamente.

Por outro lado, se o Rio vencer, será sem dúvida uma experiência engrandecedora para o Brasil. Os jogos Olímpicos serão uma excelente oportunidade de crescimento econômico e social, o que representará um forte legado, tanto para a cidade, quanto para a população, em todo território nacional.

De qualquer forma, o Rio, mesmo com todos os percalços, já é vencedor ao sair favorito na disputa.

Boa sorte, Rio 2016!


Charge: humor e poder na comunicação

A charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, de forma implícita, por meio de caricatura, ou traço marcante, algum acontecimento atual. O termo vem do francês charger, que significa “carga” (de “carga de cavalaria”), “exagero”, ou até mesmo “ataque violento”. Ela foi criada no início do século XIX, como instrumento de oposição ao governo e permanece até hoje com o mesmo sentido.

A política é, na maioria das vezes, o alvo das charges. Não à toa, afinal, o mundo político já virou, há muito tempo, motivo de piada em diversas rodas. Com meia dúzia de palavras, ou nenhuma, a charge fala, nas entrelinhas da sutileza, mais do que um editorial de três parágrafos poderia dizer. Por esse motivo, a charge é, mais do que um desenho engraçado, uma poderosa ferramenta de crítica, pois sua simplicidade, embora carregada de informação e complexidade, se faz entender por pessoas não cultas – para compreendê-la basta estar por dentro do assunto. Mas para se fazer compreender, o chargista também precisa conhecer a visão de mundo e o contexto que o liga ao leitor. Fazer piada de português no Brasil dá certo, já em Portugal...

A polêmica que envolveu as diversas charges do profeta Maomé (em especial a que mostrava o profeta usando um turbante em formato de bomba com um pavio aceso), publicadas em setembro de 2005 por um pequeno jornal dinamarquês, é um exemplo que não pode deixar de ser citado, pois teve repercussão em todo o mundo e virou assunto diplomático. Na época, milhões de muçulmanos foram às ruas protestar contra os desenhos. O autor das charges, Lars Vilks defendeu seu trabalho dizendo se tratar de arte, mas algumas comunidades árabes e muçulmanas entenderam como insulto, pois estigmatizava os muçulmanos como terroristas. É claro que esse caso envolve, entre outras, questões muito maiores como religião e as diferenças entre Ocidente e Oriente, mas sem dúvida, mostra o poder da imagem como instrumento de comunicação e como ferramenta de expressão de uma ideia.

Apesar da inegável força da charge como instrumento de crítica político-social e de opinião, algumas ciências humanas, dentre as exceções a Antropologia e a Comunicação, e também alguns estudiosos do assunto, não consideram a imagem um veículo eficaz de informação, mas um objeto secundário dela, apenas um suporte para o texto. Para eles, a imagem (nesse caso a charge), especialmente em função do humor que carrega, não é capaz de sozinha, oferecer conclusão racional sobre o assunto, haja vista que o seu caráter lúdico põe à mesa uma diversidade de interpretações. Tal pensamento acaba desqualificando o trabalho do chargista, algumas vezes não reconhecido e até mesmo censurado dentro do próprio veículo em que trabalha.

Diferenças à parte, a charge é e continuará sendo instrumento de oposição fundamental para a sociedade, além de registro do cotidiano nacional e internacional, cheia de opinião, ousadia, reflexão, irreverência e humor. Já o chargista é e será aquele a dar, com seus traços particulares e toque pessoal, a oportunidade da tão necessária e importante reflexão ao leitor.

É possível restringir o uso da Internet?

Restringir os sites noticiosos da Internet, durante o período eleitoral, permitindo a livre manifestação de pensamento somente para os Blogs assinados por pessoa física, rede social, site de interação e de mensagens instantâneas é, para muitos, uma forma de censura que não se aplicaria às ferramentas da Web 2.0. Mesmo assim, a medida, que poderá passar a valer já na próxima eleição, tem deixado muitos candidatos preocupados com seus futuros políticos. Portais, sites de notícias e Blogs estarão, por exemplo, proibidos de divulgar opiniões ou comentários de qualquer natureza sobre os candidatos.

O que anda tirando o sono de muita gente é que, no momento em que as relações estão se restringindo cada vez mais às ferramentas como Blogs, Twitter, Youtube, Orkut, MSN, Facebbok, entre outros, está em discussão à validação de uma regulamentação do uso da internet nas campanhas políticas aos moldes da TV e do rádio. Tal regulamentação proíbe os portais em veicular propaganda política até 48 horas antes das eleições e emitir opiniões sobre os candidatos.

A proposta, que já foi aprovada, mas que enfrenta restrições dos próprios congressistas, libera a livre opinião em Blogs, mas mantém algumas regras como, por exemplo, a de vedar o anonimato, assegurar o direito de resposta mediante decisão judicial e prevê que as empresas de comunicação social não poderão dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação, sem motivo jornalístico que justifique, a partir do dia 5 de julho do ano da eleição.

Controlar os veículos de comunicação para que estes não imprimam suas preferências, como de fato ocorrem, é uma forma plausível de democratizar ainda mais as eleições. Mas regulamentar os meios de informação da web às emissoras de rádio e televisão a fim de controlar a infinidade de notícias, artigos, vídeos, fotos e textos que são lançados a cada milésimo de segundo na rede, é uma prática tanto quanto utópica. Uma vez que, tanto a TV quanto o rádio, são veículos de concessão pública, com conteúdo fácil de ser controlado. Já na Internet, é impossível limitar prazos na web e impedir que opiniões e até mesmo a divulgação dos trabalhos dos candidatos sejam emitidas, por estarem envolvidos Blogs e redes sociais.

Por assim ser, mesmo que passe a valer, a lei que limita o uso da web nas eleições continuará sendo indiferente para a maioria da população, uma vez que os debates continuarão na rede e não haverá quem fiscalizar os comentários e análises políticas durante períodos eleitorais em portais, sites e Blogs. É esperar para conferir.

E você, o que acha?

Pesquisar é preciso.
Economizar energia também.

Você já ouviu falar que pesquisar no Google polui o meio ambiente? O físico de Harvard, Dr. Alex Wissner Gross, revelou que sim. Segundo ele, em cada consulta no site de busca mais utilizado do planeta, são liberados na atmosfera cerca de 7 gramas de dióxido de carbono (CO²), um dos gases responsáveis pelo aquecimento global. E que o resultado de duas consultas, que equivale a 14 gramas de CO² seriam suficientes para preparar uma xícara de chá numa chaleira elétrica. O cientista atribuiu a emissão do referido gás à energia elétrica utilizada pelas inúmeras centrais da empresa espalhadas pelo mundo. Energia esta, proveniente, na maioria das vezes, da queima de combustíveis fósseis. Considerando todas as buscas feitas no Google, Wissner-Gross deduziu que por ano, são liberados 1,28 milhões de toneladas de CO² na atmosfera, cifra semelhante a das emissões do Laos, o 151º país mais poluente do mundo.

A Google se defende e diz que os números divulgados por Wissner-Gross são muito superiores à realidade. Segundo a empresa a emissão de CO² é de 0,2 gramas por pesquisa e não de 7 gramas. De qualquer forma, a empresa arrumou uma maneira de diminuir a poluição em suas ações. Além de ser co-fundadora de um grupo que pretende reduzir, pela tecnologia, a emissão do gás poluente em 50% até 2010 (o equivalente a 54 toneladas de CO²), lançou o www.eco4planet.com, uma espécie de Google verde, que economiza 20% de energia através da utilização da tela predominantemente preta, se comparada à tela branca. Soma-se a isso, o fato de que o eco4planet pode gerar menos cansaço visual.

Considerando que são realizadas 1,4 bilhões de buscas diárias no site com tempo médio suposto em 10 segundos por pesquisa, a Google garante que economizará anualmente mais de 5,3 milhões de kilowatts/hora. O valor equivale a mais de 48 milhões de televisores em cores desligados por uma hora e mais de 133 milhões de computadores fora da tomada pelo mesmo período.

Não importa se são 7 ou 0,2 gramas. Levando em consideração que vivemos em uma era onde nenhuma decisão ou ação tem consequências isoladas, por que não começarmos a mudança por pequenos hábitos diários?

A Blogosfera e o Jornalismo


Desde que surgiu, nos EUA - no final dos anos 60 - a internet vem revolucionando o eixo mercadológico, através da necessidade de atualização de muitos profissionais, sobretudo, os jornalistas. Assim foram com as agências de notícias, com os portais de conteúdos, homepages, comércio eletrônico, sites de relacionamentos, programas de bate-papos etc. Ao mesmo tempo em que as novas tendências exigiam uma rápida adaptação na forma de se fazer jornalismo - aumentando cada vez mais o nosso mercado de trabalho - grandes discussões foram implementadas no ramo. O jornalismo praticado por todos e de diferentes formas, passa agora a ser regido por um sistema de autogestão.
Ao explicar a história da internet em 'Internet e sociedade em rede' Manuel Castells, defende o desenvolvimento da tecnologia como sendo uma arquitetura da informação aberta e livre desde o início. Para o sociólogo, o acesso aos códigos da tecnologia foi e segue sendo aberto na base da capacidade de inovação constante.
Tais reflexões nos indicam a pensar que não é a internet que muda o comportamento, mas sim as pessoas que se apropriam dela e mudam a internet. O mesmo acontece com a forma de jornalismo praticado em redes. Ao contrário de que muitos comunicólogos temem, publicar informações de forma irresponsável e destemida, através de uma ferramenta que possibilita disseminar conteúdo para um mundo inteiro, estar longe de ameaçar qualquer carreira. Mas o desafio existe e precisa ser vencido com conteúdo de qualidade!
Ao dar voz e tornar possível a qualquer um publicar o que pensa, a internet se tornou a forma de comunicação mais inovadora dos últimos anos. É fácil observar isso se pegarmos como exemplos as principais formas de relacionamentos da rede, no mundo (na ordem do mais utilizados): MSN, Facebook, MySpace, Orkut, Youtube, blogs, Fotologs, e o mais recente Twitter. Mas essas ferramentas não se tornaram apenas numerosas. Elas deixaram o universo alternativo e vêm influenciando diretamente na forma de fazer comunicação séria no mundo. Muitas estão, cada vez mais, sendo utilizadas por diversas empresas (de comunicação ou não), como estratégia de busca no alcance dos objetivos e metas.
Surgido há dez anos, os blogs, por exemplo, estão deixando de ser um 'diário de adolescente' e se tornando uma poderosa estratégia de renda e proximidade com o cliente, utilizado por um número cada vez maior de empresas e demandando cada vez mais profissionais qualificados.
Eis que um novo eixo surge para o jornalismo. E com ele, o mundo de fontes confiáveis e administradas por profissionais, tem aumentando a credibilidade e a seriedade desse tipo de comunicação. Tudo isso influi diretamente na atuação do comunicador que se ver obrigado a se render às novas ferramentas, aderindo a blogs e outra mídias sociais, se não quiser se tornar um ser ultrapassado. A situação se agrava ainda mais quando se trata de profissionais de comunicação que não possuem, atualmente, um espaço para expor suas efervescências intelectuais, fazendo uso dos atributos oferecidos na universidade. Afinal, no jornalismo tudo parece experimental, e realmente é, se consideramos o tempo de vida do rádio e da televisão que ainda sofrem transformações. Imagine um veículo inovador como a internet...

Os jornais impressos estão com os dias contados?


A Associação Nacional de Jornais (ANJ) celebrou, no dia 18 de agosto, seu 30º aniversário. A data, que consolida três décadas de uma história de lutas pela liberdade de imprensa e a valorização dos jornais em uma sociedade livre e democrática, também traz à oportunidade a reflexão da seguinte incerteza, que vem sendo intensificada com a expansão da internet, a partir da década de 90: o jornal impresso vai sobreviver às cada vez mais rápidas, baratas e inovadoras formas digitais de disseminação da informação e do conhecimento?
A questão é controversa e inspira diferentes opiniões. Do lado dos que acham que o jornal impresso está com os dias contados, estão os que atribuem o seu provável sumiço a causas naturais, sendo ele substituído, involuntariamente, por novas mídias. Muitas pesquisas afirmam, nesse sentido, que a internet já superou os jornais como mídia preferencial, estando bem próxima, inclusive, da TV. Há também os que dizem serem os próprios jornais assassinos de si mesmos, quando cortam custos demitindo bons jornalistas e pecando pela falta de qualidade.
Os que acreditam na sobrevivência dos jornalões atribuem a defesa ao fato de que a informação on-line, muitas vezes restrita a assinantes ou alvo de desconfiança quanto à sua credibilidade, acaba aumentando o interesse dos leitores pelo produto em papel. Por isso, muitos empresários do setor continuam investindo na modernização dos parques gráficos dos seus jornais. Outro fato que corrobora a não extinção dos jornais, é que no Brasil o número de pessoas com acesso a computador ainda é restrito.
É plausível aceitar que cada corrente de pensamento sobre a extinção ou não do jornal tenha o seu valor. E assim como o rádio soube se reinventar e sobreviver, depois do advento da TV, o jornal impresso também o necessitará, alinhando-se ao online de maneira bem criativa. O que não pode faltar, seja na tela ou no papel, é independência, diversidade de opinião num mesmo veículo, além, é claro, de informações de qualidade e confiáveis.




INFLUENZA, NECESSIDADE DE REFLEXÃO

Seria surpreendente, caso fosse possível, tratar aqui, nessas poucas linhas, das diretrizes políticas e econômicas adotadas por cada um dos países após o estouro da última crise econômica mundial. Mas, diferentemente do tamanho da crise, o espaço aqui é pouco, e por isso parte desse texto será dedicado a questões diretamente relacionadas à forma com que alguns órgãos e a sociedade estão encarando determinadas questões provenientes do vírus influenza A (H1N1), popularmente conhecido como gripe suína.

Então, vamos lá. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a pandemia de gripe de 2009 - inicialmente designada como gripe suína e em abril de 2009 como gripe A - é um surto global de uma variante de gripe suína cujos primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de março de 2009 e começou a se espalhar por vários países. Com isso, tornou-se comum entre os povos chamar a doença de gripe suína, sendo que os especialistas preferem denominá-la de influenza A (H1N1).

Em decorrência disso, aqui no Brasil, nasceu uma grande controvérsia sobre as ações e postura do Ministério da Saúde e da grande maioria dos veículos de comunicação no trato do assunto. Tudo porque, em meados do mês de abril, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, divulgou nota informando que o Brasil havia intensificado o monitoramento nos aeroportos para evitar a entrada de pessoas infectadas pelo vírus da gripe suína, nos vôos procedentes do México e dos Estados Unidos.

Foi a partir dessa nota que a situação se complicou. Haja vista que enquanto parte da imprensa e da população viu na nota uma excessiva precaução, uma outra, também composta por integrantes do chamado quinto poder e por uma outra parte do povo brasileiro, ficou surpreendentemente preocupada com a possibilidade de possíveis consequências mais graves.

Agora, passados três meses do primeiro pronunciamento do Temporão, a polêmica permanece, só que com traços diferentes, pois os números oficiais indicam a existência de centenas de brasileiros contaminados, alguns óbitos e a indicação de que o vírus H1N1 já circula livremente pelas bandas tupiniquins.

A cada dia que passa a polêmica cresce, mas mantém seu contorno inicial. Principalmente porque a grande maioria dos “nossos” jornais, revistas e redes de TV´s continuam apenas divulgando as ações, linha e números apresentados pelo Ministério da Saúde brasileiro, sem nenhuma demonstração de aprovação, repúdio, contestação ou crítica à tal postura. Desta forma, cresce ainda mais as insatisfações dos que condenam a passividade evasiva dos considerados “formadores de opinião”.

Assim sendo - por falta de informações mais concretas e abrangentes, além de orientações práticas e objetivas -, é que o povo brasileiro de uma forma geral, não está conseguindo debater o assunto com a calma e a profundidade que ele aparentemente requer e necessita. Apenas a “sociedade virtual”, composta em sua grande maioria por “blogueiros”, é que desde o início provoca a chama do debate que mantém acesa a luz da necessária reflexão sobre tão importante assunto.

Em decorrência dos inúmeros e diários posicionamentos via internet, mesmo sendo alguns a favor e outros contra, sobre a postura e métodos do governo brasileiro e dos famosos veículos de comunicação, é que a “sociedade virtual” vem conseguindo tirar suas conclusões sobre como o povo deve se relacionar, conviver e se precaver dos possíveis males oriundos do H1N1.

Enquanto isso acontece na virtualidade, os concretos jornais e TV´s continuam apenas divulgando frios números, sem nenhuma possibilidade de uma reflexão mais profunda ou formação de opinião que auxilie a grande massa de brasileiros na escolha da conduta correta frente a pandemia ou epidemia, seja lá a denominação que queiram dar, causada pela gripe suína. Resultado: parte da sociedade brasileira não está nem aí para a questão e outra vem apresentando perplexidade e medo.

Tendo como base todos esses fatos e hábitos, é impossível alguém se furtar das seguintes interrogações: será tudo isso uma questão cultural, excesso de precaução ou falta de responsabilidade?



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